Ioga on-line se adapta para novo público após pandemia

O número total de visualizações nos vídeos do canal também quase triplicou, indo de 1,3 milhão para 3,5 milhões. Segundo Fernanda, os números dos vídeos que estão reunidos na playlist para iniciantes do canal contribuíram para este aumento.

“Além disso, os de flexibilidade, vídeos pra dor nas costas e o de acordar bem, que são feitos na cama, também cresceram muito.”

Adaptações

Com o aumento pela busca por ioga por iniciantes, os canais fizeram algumas alterações. Nas aulas on-line no Instagram, por exemplo, posições mais complicadas como a sirsasana (conhecida como invertida ou parada de cabeça) são evitadas.

Alguns professores também citam adaptação de materiais para a prática em um primeiro momento (almofadas e toalhas, por exemplo, podem ser úteis para quem não tem o tapete para ioga).

“A gente não precisou fazer tantas mudanças pelo fato de o canal já ter como foco oferecer um conteúdo didático e inclusivo pra tornar a ioga acessível a todos. A gente fez apenas algumas poucas mudanças na priorização das postagens do canal e deu um foco maior pra iniciantes”, conta Fernanda.

Já Pri Leite criou a playlist “Yoga para não surtar”, onde selecionou aulas que ajudam as pessoas a lidarem com stress e ansiedade.

Apesar do foco em novos usuários e na realidade da pandemia, Pri Leite não mudou sua rotina de gravação nem aumentou número de postagens.

“Acredito fortemente que a minha saúde e da minha família vem em primeiro lugar, por isso continuei minha rotina. É muito comum entre os criadores de conteúdo o famoso burn-out, e eu não quero isso. Não tem como eu ajudar a minha comunidade se eu não estiver bem. Por isso, focamos tanto em autocuidado e autoconhecimento.”

“Acho importante falar sobre isso, pois todos nós – criadores de conteúdo ou não – precisamos encontrar um ritmo que seja saudável e sustentável.”

Interesse pela prática no futuro

Priscilla e Fernanda acreditam que o interesse pela ioga deve se manter mesmo após o fim da quarentena. “Talvez não seja na mesma intensidade por conta do tempo que muitas pessoas têm com o transporte ao trabalho e coisas do tipo, que agora não estão tendo”, diz Fernanda.

“Porém, muitas pessoas nunca haviam parado pra se conectar com elas mesmas. Nunca haviam meditado ou cuidado do corpo e da mente dessa forma. Hoje elas estão criando esse hábito. Essa conexão com o bem-estar fica gravada e acaba trazendo a vontade de continuar com a prática no tempo que conseguir”, completa Fernanda.

Priscilla acredita que a prática de ioga é uma tendência que veio para ficar:

“Quando comecei a postar aulas de ioga em português no YouTube, era como se eu fosse uma anomalia. Aos poucos mais canais, empresas e apps foram surgindo. Vejo que o brasileiro tem cada vez mais interesse em conhecer a prática de ioga.”

Fonte: G1