A ‘Sessão Vitrine’ apresenta, às 19h30 desta terça-feira (30.04), o filme “A Nossa Espera”, que acompanha a trajetória de Olivier (Romain Duris), que é abandonado pela esposa e se vê na obrigação de aprender a administrar o trabalho, as necessidades dos dois filhos, os cuidados da casa, além dos desafios normais do dia a dia. A classificação indicativa é de 14 anos e a entrada custa R$ 4 (inteira) / R$ 2 (meia).

Dirigido e roteirizado pelo belga Guillaume Senez, a produção foi selecionada na Semana da Crítica do último Festival de Cannes, onde fez sua estreia e foi muito bem avaliado pela crítica especializado e pelo público.

O longa observa uma Europa em franca decadência monetária, a ponto de provocar o descontrole emocional de seus habitantes, principalmente os mais vulneráveis. Neste cenário, Olivier, um trabalhador politizado e dedicado, procura defender os colegas de trabalho diante das injustiças cotidianas.

Porém, o que se apresenta como um filme profundamente idealista, deliberando sobre a complexa relação entre empregados e empregadores no mundo atual, aos poucos deixa de lado o ambiente corporativo para esmiuçar a vida pessoal deste homem engajado, que passa a lidar também com a criação de dois filhos pequenos e, também, a sensação intrínseca de abandono.

Em entrevista ao site “Papo de Cinema”, o diretor explica que a opção de não dar justificativas para o repentino sumiço da esposa de Olivier. “Queria mostrar que é uma escolha livre da mulher abandonar os filhos. Ela não está morta ou encarcerada. Acabou de sair, isso é tudo o que vamos saber. Não queria explicar nem julgar: entendemos que essa mulher não mais se sentia confortável naquela vida doméstica/de trabalho”.

De acordo com o crítico de cinema Bruno Ghetti, da Folha de S. Paulo, é importante ressaltar que o filme “não defende o abandono ao lar”, bem como “não é o caso de exaltar o ‘pai herói’ ou de demonizar a mãe ausente”, apenas “assume-se que o mundo ultracapitalista de hoje é capaz de deixar qualquer um à beira de um colapso”.

Este é o segundo longa de Guillaume Senez, um dos mais promissores cineastas europeus. Seu filme de estreia, “Keeper (2015)”, também teve ótima repercussão entre crítica e público. Não por acaso circulou por mais de 70 festivais, angariando cerca de 20 prêmios.

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