Cine Teatro exibe premiada comédia que satiriza Cristiano Ronaldo

Vencedor do Grande Prêmio da Semana da Crítica do último Festival de Cannes, ‘Diamantino’ é considerada uma comédia inteligente e escrachada

Na trama, Diamantino é uma estrela do futebol mundial e grande esperança da seleção portuguesa

A Mostra Vitrine Filmes apresenta, às 19h30 desta terça-feira (26.02), o premiado filme lusitano ‘Diamantino (2018)’, vencedor do Grande Prêmio da Semana da Crítica do último Festival de Cannes. Dirigido pelo português Gabriel Arantes e o americano Daniel Schmidt, a coprodução entre Portugal, França e Brasil é uma sátira nada discreta ao craque do futebol Cristiano Ronaldo, mas que também se aplicaria facilmente a Neymar e outros tantos atletas-celebridades.

Na trama, o personagem que dá título à obra, Diamantino (Carloto Cotta), caracterizado à imagem e semelhança de Cristiano Ronaldo, é uma estrela do futebol mundial e grande esperança da seleção portuguesa na Copa do Mundo da Rússia.

O filme revela logo de cara flertar com o realismo fantástico. A narrativa, a princípio, se sustenta no arenoso terreno da caricatura óbvia, explorando o estereótipo do jogador cujo talento é proporcional à ingenuidade e até certa ignorância. O personagem ‘Diamantino’ é infantilizado, porém há uma intenção dramática nesta escolha.

O filme explora elementos do realismo fantástico e surrealismo

Neste sentido, quando o personagem é confrontado com o conflito pessoal que move a trama (não vou dar spoiler), a narrativa incorpora outras camadas de profundidade, tocando em temas como a crise financeira de 2008 na Europa, a crise de refugiados, o Brexit, corrupção política, clonagem e escândalos de paraísos financeiros.

Não por acaso, este audacioso, engraçado e quase surrealista longa português conseguiu ser premiado em Cannes, considerado o principal festival de cinema do mundo e reconhecido por prezar produções autorais e inventivas.

Inclusive, dada a originalidade em sua construção, o próprio gênero do filme é discutível. Convencionou-se o rótulo de comédia, ainda que possua, durante seus 92 minutos de duração, elementos dramáticos, trágicos e farsescos.

De acordo com o crítico de cinema Cássio Starling Carlos, da Folha de São Paulo, “Em ‘Diamantino’, a paródia recupera seu poder corrosivo, a respeitabilidade volta a ser ridícula e o cinema consegue respirar e delirar à vontade”.

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