Escritora Luciene Carvalho lança a obra Dona no Sesc Arsenal

Escritora Luciene Carvalho Obra Dona
Luciene (Crédito: Luiz Marchetti)

Escritora Luciene Carvalho lança a obra Dona no Sesc Arsenal

Da Redação

Fotos de Divulgação

Texto registra a experiência de seu corpo afetado pelas forças do mundo, mostrando sua abertura para novos encontros

A escritora Luciene Carvalho e a Editora Carlini & Caniato realizam no próximo dia 14 de novembro (quarta-feira), às 20h, no Sesc Arsenal, em Cuiabá, durante o evento Cênica Literária, o lançamento do livro Dona, a mais recente obra da poeta – que ocupa a cadeira nº 31 da Academia Mato-grossense de Letras.

A professora Maurilia Valderez, mestre em educação, nos empresta seu sensível olhar e analisa que no livro DONA, Luciene Carvalho ironiza e brinca com signos/conceitos que funcionam como marcas identitárias da velhice. Ao assim fazer a poeta joga para o leitor as perguntas: qual é a ideia de corpo que permeia nossa relação com a vida, suas dores, amores e prazeres? O que significam juventude e velhice do ponto de vista do corpo considerado como capacidade de afetar e ser afetado? O que acontece quando dois ou mais corpos se encontram? Essas perguntas partem do pressuposto que os corpos não se definem do ponto de vista de sua essência e sim do ponto de vista de sua potência.

Então, a pergunta “o que pode a poesia?” como corpo textual aponta para a dimensão das forças da linguagem poética de Luciene Carvalho que é habitada por múltiplas vozes e afetos, tem sonoridades, expressa sabores, dores e odores, variações climáticas e percorre espaços-tempos diversos. Seu texto registra a experiência de seu corpo afetado pelas forças do mundo mostrando sua abertura para novos encontros que exigem da poeta um olhar e um sentir atentos às excitações que a afetam e que cabem a ela selecionar, evitar, acolher.

Nesse livro o corpo do leitor, o corpo da poeta e o corpo que se tece na escrita transitam um no outro. Este trânsito, tecido com os fios da poesia de Luciene Carvalho, aciona o corpo vibrátil do leitor que se produz no encontro com a matéria poética da autora que faz da poesia uma forma de vida. Abra seu corpo a mais essa experiência poética de Luciene Carvalho e boa leitura!

Poética de existir

Para o escritor e professor Mário Cezar Silva Leite, que assina o prefácio do livro, depois de tantas cuiabaninhas, bruxas, putas e loucas, porto de si em teias, Luciene reaparece DONA. Dona da interrogação mais absurda e, ao mesmo tempo inevitável: existir como uma DONA.

 “O que dizer, o que toma corpo no corpo que vai se tornando um corpo de mulher Dona? Uma invisibilidade que denuncia a estatura de quem chegou aos cinquenta, mulher ainda, em totalidade cambiante. Mas nessa DONA, ao tempo em que dói, e a consciência da nova existência vai brotando, também vai jogando fora o que é sem graça e desimportando o banal no gerúndio de si mesma. O que há de mais íntimo em nós, segredo, não contém, é o que mais diz respeito a tod@s”, afirma.

 Para ele, a Dona descobre um novo jeito de encarar o espelho: por partes, na maquiagem ; se vê culpada quando se vê como velha como se ela cometesse um erro que por culpa exclusiva dela a maldição se desse. Entretanto, o que vem à tona, por essa Dona, e de tudo talvez o mais importante dessa poética de existir com e após os cinquenta anos, é que há já marcas nas mãos, mas as mãos fazem poesia!

 “LUCIENE. DONA. Clareza de si e de seu trabalho total; consciência  de sua poética, sobrevivente das batalhas dos labirintos lúcidos da loucura, DONA de todas as puras impurezas dignas. Poeta de linhagem e estirpe de vozes ancestrais-míticas-pop-pós-tudo-edênicas- -apocalípticas; croninventadora poética do mundo contemporâneo”

A professora mestre em Comunicação e Semiótica e ocupante da cadeira número 2 da Academia Mato-Grossense de Letras, Marília Beatriz de Figueiredo Leite, ressalta é necessário ler Dona em seu espírito e com a literalidade expressa que diz muito sem revelar tudo o que cala.

“Nas fímbrias em que surge o rio Cuiabá, os cajus, as mangas, as chuvas ressaltam que cada letra, cada palavra, cada verso são tesouras recortando tesouros”.

Ela destaca que a poeta precisa ser degustada da sua fé ao seu erotismo, do seu alinhar ao seu desalinhar, enfim, deve ser lida como uma tessitura diversa de modo que a literatura não nos diga apenas sobre os outros, mas do outro em nós.

Sobre a autora

Luciene Carvalho é escritora e poeta. Publicou Conta-gotas; Sumo da lascívia; Aquelarre ou o livro de Madalena; Porto; Cururu e Siriri do Rio Abaixo (Instituto Usina); Caderno de caligrafia (Cathedral); Teia (Teia 33); Devaneios poéticos: coletânea (EdUFMT); Insânia (Entrelinhas) e Ladra de flores (Carlini & Caniato). Estas obras conquistaram prêmios e condecorações.

Parte importante do seu trabalho, como declamadora, se faz em shows poéticos em que une figurino, efeitos cênicos e trilhas musicais para oferecer sua poesia viva e colocá-la a serviço da emoção da plateia.

Serviço

Lançamento do livro Dona, de Luciene Carvalho

Data: 14 de novembro

Horário: 20h

Local: Sesc Arsenal

Contatos: Editora TantaTinta/Carlini & Caniato (65) 3023-5714 / 5715

comercial@tantatinta.com.br

www.carliniecaniato.com.br

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