Espetáculo de dança aborda conflitos existenciais contemporâneos

‘Natureza Morta’ toca em questões da essência humana a partir de fragmentos da memória do artista brasileiro Farnese Andrade, o ‘arquiteto da dor’

Daniel Calvet e João Paulo Gross encarnam dois personagens que mergulham em dilemas densos

O Sesc Arsenal é palco do espetáculo ‘Natureza Morta’, do grupo de dança contemporânea ‘Ateliê do Gesto’. Serão duas apresentações, sexta e sábado (07 e 08 de junho), ambas às 20h. A entrada é gratuita (doação de um livro) e a classificação indicativa é de 12 anos.

O espetáculo, cuja concepção, cenografia e direção são de João Paulo Gross, é centrado em conflitos de indivíduos do século XXI, e levanta questões que envolvem fragilidades, forças e subjetividades que tocam o âmago da essência humana.

Em cena, Daniel Calvet e João Paulo Gross encarnam dois personagens que mergulham em dilemas densos, porém esta imersão se dá a partir da memória fragmentada do multiartista Farnese Andrade (1926-1966), cuja obra, pautada por temáticas existencialistas, lhe rendeu a alcunha de “arquiteto da dor”.

Assim, guiados pela subjetividade de Farnese Andrade, os dançarinos seduzem o público com reflexões sobre as relações entre indivíduos no mundo contemporâneo.

FARNASE DE ANDRADE – “ARQUITETO DA DOR” 

Farnese de Andrade foi pintor, lustrador, escultor, desenhista e gravador.  Natural do Rio de Janeiro, dedicou sua vida a manifestações artísticas com influências barrocas.  Conhecido como o “Arquiteto da Dor”, construiu narrativas sobre sensualidade, religiosidade e erotismo, além de outros olhares sobre questões existencialistas.  

O artista era considerado alienado politicamente e subjetivo demais, o que o fez ser isolado pela geração dos anos 1960. Contudo, suas obras remetem a produção dos anos 1980 e 1990, principalmente pelo peso da individualidade e auto-expressividade que transmitem.

Farnese abordou sensualidade, religiosidade, erotismo e questões existenciais em sua obra


ATELIÊ DO GESTO – DIÁLOGOS E CONTEMPORANEIDADE  

O Ateliê do Gesto nasceu da busca por novas percepções e diálogos com outras linguagens artísticas no corpo em movimento. Através de identificações estéticas e o desejo de trabalharem num projeto autoral, João Paulo Gross e Daniel Calvet se juntaram para pesquisar o corpo, tendo como ponto de partida o movimento e sua construção dramatúrgica na cena. 

Cena do espetáculo ‘Natureza Morta’

SERVIÇO

Os ingressos serão distribuídos com uma hora de antecedência na central de relacionamento da unidade. Porém o grupo, que realiza um trabalho voltado para doação de livros, pede para que o público leve pelo menos um exemplar. Os livros arrecadados serão doados para a rede de bibliotecas ‘Saber com Sabor’, localizada na capital.

A acessibilidade é outra característica do espetáculo, que propõe acesso ao conteúdo para uma diversidade maior de pessoas. Pensando nisso, portadores de deficiência visual poderão usufruir do recurso de audiodescrição.

O grupo já levou as questões levantadas com a apresentação para outros estados, como Goiás e Minhas Gerais, e agora, em Cuiabá, continua o trabalho de semear produções brasileiras em diferentes espaços.

FICHA TÉCNICA


Direção Geral, Concepção, Coreografia – João Paulo Gross 
Interpretação – Daniel Calvet e João Paulo Gross 
Pesquisa de Movimento – Maíra Maneschy e João Paulo Gross 
Dramaturgia – Verônica Prates 
Iluminação – Daniel Calvet 
Figurino – Daniel Calvet e Marlan Cotrim 
Trilha Sonora – Pedro Mendonça 
Montagem e Operação de Luz – Sérgio Galvão 
Fotos – Lu Barcelos / Chocolate Fotografias 
Administração e Gestão de Produção – João Paulo Gross 

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