A artista plástica Regina Pena, 66, vivenciou intensa metamorfose pessoal e artística. Em 2012, após seis anos convivendo com sintomas e diagnósticos errados, confirmou-se que sofria de esclerose múltipla. Seus movimentos, principalmente do lado esquerdo do corpo, foram afetados e ela se viu obrigada a parar de pintar em telas. No entanto, com o passar do tempo, descobriu que poderia se utilizar da tecnologia para continuar se expressando, e então passou a utilizar uma plataforma de arte digital.
O resultado dessa experimentação artística e tecnológica é a exposição “Metamorphosis”, composta somente por obras concebidas pela artista a partir da plataforma de arte digital, sempre utilizando um aplicativo que permite que ela desenhe e pinte passando os dedos suavemente sobre a tela do tablet. A mostra será aberta neste sábado (09.02), às 19h, e permanece até dia 29 de março no da Sesc Arsenal.
Segundo a assessoria da exposição, Regina “continua sua trajetória de experimentação em diversos suportes e narrativas, como as relações humanas permeadas por afetos, memórias e manifestações culturais do cotidiano em paisagens urbanas ou naturais”.
A individual da artista, que frequentou o lendário Ateliê Livre da Fundação Cultural ao lado de nomes como Dalva de Barros, Adir Sodré e Gervane de Paula, está ancorada na Arte Contemporânea.
As obras trazem temáticas figurativas e abstratas. Temas como mulheres, relacionamentos, política, rios, metamorfoses e abstrações com geometrias e balões.
As imagens propõem um passeio por elementos da natureza e das relações/interações com as sensações, emoções, relações entre os humanos e outros seres, a natureza-matéria e um deslocamento do olhar da artista criando geometrizações.
Antes de se dedicar às obras via plataforma digital, Regina também se expressou através de poesias. Ela escreveu cerca de 80 poemas, principalmente haicais, que compõem o livro “Vôo Solo”, publicado em 2015.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
A esclerose múltipla é uma doença neurológica que debilita a comunicação entre cérebro, medula espinhal e outras áreas do sistema nervoso central. Isso acontece porque o sistema imunológico do corpo confunde células saudáveis com “intrusas”, e as ataca provocando lesões. É mais frequente em mulheres numa razão de cerca de três para cada um caso entre homens.
