Flor do Campo vence Festival de Siriri com notas máximas em todos os quesitos

Ao todo, foram entregues R$ 34 mil divididos pelos oito grupos

O Flor do Campo existe desde 1982

“É dgente de quem? Dgente de dona Matilde!”. O enredo garantiu nota máxima em todos os seis quesitos avaliados e sagrou, nesta segunda-feira (20.05), o grupo Flor do Campo como o campeão do 13º Festival de Siriri de Cuiabá. O trabalho do grupo ganha tom atual com o complemento do tema: “Das ruínas à igreja de são Benedito, de Tereza à dona Matilde, melodiado por Clara Nunes, a mulher negra insiste e persiste em cultivar sua cultura, resistências para cantar, e o siriri poder dançar!”         

Em noite de expectativas altas e ânimos acirrados, participantes das oito comunidades concorrentes se reuniram no Museu do Rio para torcer enquanto aguardavam o resultado da apuração dos votos dos jurados. As avaliações consideraram seis critérios principais: composição, figurino/adereço, figura lendária, execução instrumental, interpretação e coreografia.  

Os 12 jurados são músicos, artistas e estudiosos da cultura popular, pessoas de notório saber e efetiva militância no campo de arte popular. Além disso, não têm vínculos com qualquer inscrito.  

Enquanto recebia os parabéns, a fundadora do Flor do Campo, Matilde da Silva, contou que o grupo existe desde 1982 e que por anos participou do Festival, interrompido em 2013.

PREMIAÇÃO

Ao todo, foram entregues R$ 34 mil divididos pelos oito grupos, sendo R$ 7 mil para os 1º e 2º lugares (Flor do Campo e Coração Franciscano); R$ 5 mil para os 3º e 4º lugares (Flor Serrana e Voa Tuiuiú); R$ 3 mil para o 5º e 6º lugares (Flor do Atalaia e São Gonçalo Beira Rio); e R$ 2 mil para os 7º e 8º lugares (Raízes Cuiabanas e Tradição Coxiponé).

O secretário de Cultura, Esporte e Turismo, Francisco Vuolo ressaltou a importância de recolocar o festival como evento permanente da agenda cultural cuiabana. “É importante termos a consciência de que, independentemente da gestão, esse festival não pode parar nunca. Por meio do siriri, a cultura e o turismo ganham um importante fomento”.

O Festival é uma realização da Prefeitura de Cuiabá, por meio de Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, e Central de Eventos Cor de Mato. Conta ainda com apoio do Governo Federal, por meio da Secretaria Especial da Cultura – Ministério da Cidadania.

Flor do Campo – O campeão

O Flor do Campo foi fundado por Dona Matilde, nascida em 06 de março de 1955. Como legítima cuiabana, aprendeu a dançar o siriri “desde que se entendeu por gente”, relembra. O grupo surgiu em um dos lugares mais tradicionais de Cuiabá, a Ponte do Coxipó

Por sugestão de Seu Luiz, e por morarem mais afastados de Cuiabá, o grupo recebeu o nome de Flor do Campo, que foi acatado por dona Matilde e sua gente. Oficialmente, em 08 de março de 1982 brotava o que hoje ainda floresce. “O siriri mexe com a gente, é o batuque do tambor que dá movimento, isso é ancestral, por isso precisamos manter, porque é tão difícil continuar a lutar pela tradição.”

Traz como figura lendária o Boi à Serra – representação folclórica tão presente no siriri cuiabano, principalmente como uma brincadeira nas rodas de siriri e que vem sendo passado por várias gerações. Diante desta representação folclórica, o grupo faz uma homenagem ao pantanal mato- grossense, evidenciando-o como uma de nossas maiores riquezas. E assim trazem o boi como o Rei do Pantanal, passando pelas brincadeiras de rodas e a música tradicional do “Boi tá brabo no curral”

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