O cientista francês Louis Pasteur, em uma de suas reflexões, disse que “os acasos só favorecem os espíritos preparados”, como se circunstâncias aleatórias da vida colocassem certas pessoas em condições adequadas para realizar feitos grandiosos. E foi exatamente o que aconteceu com o cuiabano Manoel Antônio Rodrigues Palma (01/08/1943). Afinal, apesar da notória e respeitável trajetória política, tudo começou, digamos, por acaso, quando foi nomeado pelo sogro, o então governador José Garcia Neto, para ser prefeito da capital mato-grossense (1975-79).

Apesar da pouca experiência política, não se intimidou. Pelo contrário, se aproveitou da experiência adquirida durante os anos que trabalhou no Banco do Estado de Mato Grosso (BEMAT) para angariar recursos para Cuiabá, que, até então, carecia de infraestrutura básica, tanto é que praticamente não havia asfalto nos bairros da cidade. Então, por meio do projeto “Comunidade Urbana para Recuperação Acelerada (CURA)”, conseguiu recursos junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNH) e coordenou o mais arrojado plano de ocupação do espaço urbano de Cuiabá. Tudo isso, segundo ele, graças ao entrosamento entre prefeitura, governo do estado e governo federal.

Utilizando o slogan “Cuiabá: uma nova geração”, conseguiu regularizar e urbanizar áreas periféricas, cuja ocupação foi oriunda de invasões, como Carumbé, Carumbé II, Planalto e Pedregal. Também teve participação na implantação de asfalto e saneamento básico em diversos bairros, como Aráes, Quilombo, Lixeira, Poção, Dom Aquino e Areão, que ainda tiveram vias pavimentadas, sinalizadas e iluminadas.

Seu mandado também foi responsável por obras estruturantes, como a construção da avenida Beira Rio e a duplicação, junto ao Governo Federal, de uma das principais avenidas da capital, a Fernando Corrêa da Costa, além do fechamento do canal que escoava o córrego da Prainha e o projeto e início das obras do Pronto Socorro de Cuiabá.

Palma também aprovou a lei de uso dos solos urbanos para a capital e garantiu a preservação do centro histórico. Durante a administração de Titito, como Rodrigues Palma era carinhosamente apelidado, Cuiabá experimentava o seu primeiro grande surto migratório e a população ultrapassava os 120 mil habitantes. Neste contexto desenvolvimentista, Mato Grosso recebeu a alcunha de “Estado Solução”, enquanto a capital passou a ser chamada de “Portal da Amazônia”.

Biografia

 Rodrigues Palma é filho de Manuel Rodrigues Palma Júnior e de Constança Figueiredo Palma, a famosa Dona Bem-Bem. Ele se casou com Maria Alice Garcia Palma, com quem teve quatro filhos. Em 1969, se formou em direito pela Faculdade de Direito de Cuiabá, que, posteriormente, seria incorporada à Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Entre 1970 e 1980, exerceu o magistério na Escola Técnica Federal de Mato Grosso. Neste meio tempo, em 1975, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), quando foi nomeado prefeito biônico da capital pelo governador José Garcia Neto. Pouco depois de terminar o mandato, em 1982, foi eleito deputado federal pela primeira vez, cargo que ocuparia até 1998, pois foi reeleito nas três eleições seguintes (1986, 90 e 94). Depois disso não assumiu mais nenhum cargo eletivo, pois foi derrotado em 1998, quando concorreu como vice-governador na chapa de Júlio Campos e, em 2006, quando não conseguiu se eleger deputado estadual. Desde então, parece ter se afastado da vida pública, mas seus grandiosos feitos na política o credenciam a ser mais um importante tipo mato-grossense, responsável por obras que transformaram positivamente a história da capital.

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