Pesquisadora transexual integra pela primeira vez banca de doutorada na UFMT

Por Túlio Paniago

Na próxima segunda-feira (28), na UFMT, a doutoranda Ana Paola de Souza Lima defenderá a tese intitulada “Nossos corpos não são mais os mesmos: Narrativas de mulheres trans e travestis sobre o processo de envelhecimento”. Esta será a primeira banca de defesa pública de tese de doutorado composta por uma pesquisadora transexual, no caso a doutora pela UNICAMP Amara Rodovalho Fernandes Moreira.

Amara Moira, como é conhecida, compõe a banca como examinadora externa. O trabalho em questão, orientado pelo professor Danie Marcelo de Jesus, tem o objetivo de compreender como as travestis e mulheres trans constroem sentidos acerca de si, sejam elas idosas ou não, entender como percebem e significam o seu processo de envelhecimento e também de assimilar como essas pessoas articulam as noções de gênero e envelhecimento na sua construção identitária.

Amara inclusive já foi candidata a vereadora em Campinas nas eleições de 2016. De acordo com seu Currículo Lates, ela “trabalha numa retradução de ‘Macbeth’, de Shakespeare, buscando recuperar, em português, o aspecto bárbaro desses versos. Ela ainda projeta um livro de poemas e de ensaios sobre questões trans e espera um dia publicar uma antologia da poesia misógina brasileira”.

O evento acontece às 14h, no Auditório M, do Instituto de Linguagens por meio do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (PPGEL). Além de Amara, também farão parte o professor Rubenilson Pereira de Araújo, da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e os professores da UFMT Renilson Rosa Ribeiro, Luís César Mendes, Maria Aparecida dos Santos (suplente) e Solange Maria de Barros (suplente). (Com Assessoria)