Cada qual comemora o aniversário à sua maneira. Alguns fazem festas; outros preferem se reunir com poucos amigos ou familiares; e há também quem dispense comemorações. Nenhum desses é o caso da compositora e cantora Vera Capilé. Para ela, a celebração da vida se dá no palco. Vera completa 70 outonos (primavera só em setembro) nesta sexta-feira (29.03). E justamente neste dia, ofertando um presente aos presentes no Cine Teatro Cuiabá, apresenta o show ‘Pelos Córregos da Vida’ a partir das 19h. A entrada custa R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
A cantora ariana relata que a música é quem a conduz ao longo da vida, e por isso quer “comemorar com arte, e não com bolo”, e complementa a declaração de amor explicando que a música, muito além de ser apenas seu trabalho, é também “o que sustenta meu emocional, minha conduta na vida, pois a arte releva, eleva e acolhe”, reflete.
Intitulado ‘Pelos Córregos da Vida’ e produzido pela Cia Pessoal de Teatro, a apresentação se propõe a pincelar os 25 de carreira e 70 de vida da cantora. Não por acaso o repertório apresenta grandes clássicos de sua trajetória, como ‘Varanda Cuiabana’, ‘São Benedito Flor de Laranjeira’ e ‘Chalana’.
No palco, além do talento de Habel dy Anjos, seu mais fiel e longevo parceiro musical, o show também conta a presença de músicos como André Balbino, Juliane Grisólia e Wanessa Dias.
E a depender da protagonista da noite, que além de cantora é também psicóloga, esta celebração artística/humana ainda vai se repetir por muitos anos. Afinal de contas, certa vez, quando ainda possuía 63 anos, fez a seguinte declaração: “Acho que até 100 anos eu vou cantar. Aí depois eu vou ficar só na psicologia”.
Realmente é inegável que Vera está a todo vapor e ainda tem muita lenha para queimar. E o melhor é que o tempo tem sido um generoso aliado do seu talento, aprimorando-o cada vez mais. “O amadurecimento da carreira me fortaleceu enquanto artista”, ressalta Vera.
VERA CAPILÉ
Vera vem de uma tradicional família de artistas (cantores, poetas, escritores, músicos). Nascida em Dourados-MS antes da divisão geográfica entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ela se mudou para Cuiabá aos 11 anos. Ficou fascinada pelo colorido da cidade e logo se envolveu com a música, tanto é que aos 15 já tinha um programa na rádio ‘A Voz D’Oeste’.
Porém, aos 19, acabou se casando e deixou a carreira de lado. Foi um longo período longe dos palcos. Só mais de duas décadas mais tarde – aos 45 anos, divorciada e com três filhos – ela retoma os projetos musicais e a graduação em psicologia.
Seu primeiro CD é de 1998, intitulado “Cuiabá um Canto de Amor”. O segundo, “Flor de Laranjeira”, foi lançado em 2000. Tiveram na direção musical, respectivamente, os maestros Abel Santos e Fabrício Carvalho. Em 2000, gravou “São Benedito Flor de Laranjeira”, que teve direção musical e arranjos de Fabrício Carvalho e Orlando Cintra.
Em 2004, foi selecionada para o Projeto Pixinguinha (referência na música brasileira) e se apresentou em vários pontos do país. No ano seguinte participou do prestigiado “Ano do Brasil na França”, em Paris. E em 2011, sob direção musical de Ebinho Cardoso, lançou ‘Cirandando’.
Já em 2016, começou a trabalhar com André Balbino e Juliane Grisolia. Eles formaram o “Trio do Mato”. No mesmo ano foi comtemplado num edital municipal o EP autoral solo “Coisas de Vó”. Em 2018, ainda com o trio, viajaram com o show “Canto, Prosa e Viola” pelo Circula MT, e por fim ainda gravaram um EP para o show.
Ela também já se apresentou com orquestras, como a Sinfônica de Mato Grosso e Sinfônica da UFMT. Importante ressaltar que a parceria musical com Habel dy Anjos perdurou durante todo esse tempo, ainda que tocassem paralelamente outros projetos.
Vera sempre cantou solo, porém passou a fazer parte do Coro Experimental MT desde 2017, regido pelo maestro Jeferson Neves, e revela que também está amando a experiência de cantar em coral.