Sesc Arsenal exibe premiado e comovente filme sobre dignidade humana e burocracia

Trecho de 'Eu, Daniel Blake'

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2016, considerado o principal prêmio do cinema mundial, “Eu, Daniel Blake” é um filme político, mas sobretudo humano e sensível, contrapondo a luta pela dignidade do indivíduo com a burocracia estatal e as desigualdades sociais.

O cineasta britânico Ken Loach sempre trabalha com o roteirista Paul Laverty. A dupla, ao longo dos anos, aprimorou um estilo único, focando principalmente nos efeitos do capitalismo sobre os que ocupam a base da pirâmide social.

Loach assume publicamente seu pensamento político de esquerda e sua filmografia atesta esta militância, com obras marcantes como “Terra e Liberdade (1995)” e “Ventos da Liberdade (2006)”. Neste sentido, “Eu, Daniel Blake” pode ser considerada sua ácida resposta ao programa de austeridade britânico atual.

Trecho de ‘Eu, Daniel Blake’

Na trama, Daniel Blake, interpretação magistral de Dave Johns, é um marceneiro. Porém, após sofrer um ataque cardíaco, precisa da ajuda do Estado, porém o sistema burocrático kafkiano trava todas as suas possibilidades.

Neste meio tempo, a desamparada Katie (Hayley Squires) cruza o seu caminho, uma jovem pobre, desempregada e com um filho. A situação semelhante de ambos no que diz respeito à vulnerabilidade faz com que desenvolvam uma amizade pouco provável enquanto são negligenciados pelo Estado.

Ao longo de seus 100 minutos, o filme trabalha a ideia de que neste mundo competitivo, mediado pelos poderes econômico e político, a dignidade humana é a matéria-prima mais escassa. A história, embora se passe no Reino Unido, é universal.

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