UFMT ajuda a ‘produzir’ primeira onça-pintada por inseminação artificial no mundo

A pesquisadora Regina Célia Rodrigues da Paz (UFMT) ajudou a desenvolver o procedimento que pode colaborar com a conservação da espécie

Imagem ilustrativa

A pesquisadora Regina Célia Rodrigues da Paz, professora da Faculdade de Veterinária (Favet) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com cientistas da Associação Mata Ciliar (Jundiaí – SP) e do Zoológico de Cincinnati (EUA), desenvolveram um procedimento que permitiu o nascimento do primeiro filhote de onça-pintada por inseminação artificial no mundo.

“O nascimento do filhote é um marco importante e revigora a possibilidade de usar a reprodução assistida como uma ferramenta conservacionista”, afirmou a professora Regina Célia Rodrigues da Paz, da UFMT.

Devido à caça furtiva e à perda e fragmentação de habitats, as onças-pintadas diminuíram drasticamente em várias regiões do Brasil. A espécie está classificada como “quase ameaçada” com uma tendência populacional em declínio na América Latina.

“A coleta de sêmen e a Inseminação Artificial podem ser usadas para propagar pares geneticamente valiosos que não podem se reproduzir naturalmente devido a problemas comportamentais ou deficiência física. Essa abordagem também pode promover a conectividade entre felídeos que vivem em zoológico e na natureza, possivelmente revigorando a diversidade genética de ambas as populações”, explicou a professora.

Imagens do procedimento – Foto – Fernando VonZuben

Para que a experiência fosse um sucesso, os pesquisadores desenvolveram um procedimento de sincronização do cio do animal utilizando hormônios exógenos e monitoramento não invasivo, além de realizarem adaptações das técnicas de inseminação por videolaparoscopia para a espécie.

“Após a inseminação com sêmen fresco, a fêmea pariu um único filhote saudável após 104 dias de gestação. Monitoramento remoto por vídeo mostrou cuidados maternos adequados nos primeiros dias após o nascimento. Infelizmente, o filhote foi morto pela mãe dois dias após o nascimento, o que não é incomum para carnívoros mantidos em cativeiro”, concluiu.

Também fizeram parte do trabalho as pesquisadoras Cristina Adania, Priscila Yanai e Jéssica Paulino, da Associação Mata Ciliar e os cientistas Bill Swanson e Lindsey Vansandt do Zoológico de Cincinnati.

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