UFMT exibe filme sobre mulher negra e comunista que se tornou símbolo de luta

Na década de 70, a filósofa Angela Davis inspirou uma onda global contra o racismo e o machismo e em favor das liberdades políticas

Na década de 70, Angela se tornou a mulher mais procurada dos EUA

O Cineclube Coxiponés exibe, nesta quinta-feira (21) a partir das 19h, sessão especial em homenagem ao Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. O filme “Libertem Angela Davis”, dirigido pela cineasta americana Shola Lynch, será projetado no auditório do Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

O documentário faz um recorte do período mais emblemático da vida da personagem-título. Angela Davis é mulher, negra e comunista, e, nos anos 70, foi protagonista de um caso policial e jurídico que ganhou dimensão mundial por seu simbolismo político e social, o que acabou inspirando uma onda global em torno das liberdades políticas, contra o racismo e o machismo.

Nascida no Alabama, estado sulista dos mais racistas naqueles tempos, Angela se formou em Filosofia em Frankfurt, sendo aluna do célebre marxista Herbert Marcuse (1898-1979). Da Europa, viu a ascensão do movimento Panteras Negras, então voltou aos EUA para unir militância política e trabalho intelectual.

O documentário faz um recorte do período mais emblemático da vida de Angela Davis

Contratada como professora pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, logo provoca a ira do conservadorismo americano ao se mostrar defensora dos direitos humanos e do socialismo, tanto é que acaba demitida por ser membro do Partido Comunista.

Na década de 70, ela defende três prisioneiros negros. Em seguida, é acusada de organizar uma tentativa de fuga e sequestro, que resultou na morte de um juiz e quatro detentos, tornando-se, assim, a mulher mais procurada dos Estados Unidos.

O filme é recheado de imagens históricas, além de falas da própria Angela Davis, que atualmente tem 75 anos. E também conta com depoimentos de diversos ativistas e personalidades, remontando a rica atmosfera das manifestações nos anos 60 e 70.

Angela ainda é viva e está com 75 anos

A diretora Shola Lynch também é negra e seu cinema é marcado pelo enfoque na história política de mulheres negras. “Libertem Angela Davis” recebeu menção honrosa no Festival de Cinema de Tribeca e ganhou o prêmio de melhor documentário no NAACP Image Awards de 2014.

A sessão integra a programação da Agenda itinerante promovida pela Pró-reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev). A atividade contará com a mediação da Naiana Marinho Gonçalves, bacharela em psicologia, mestranda em Educação, ambas pela UFMT, e pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Infância (GPPIN).

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