Adir Sodré compõe exposição no Museu de Arte Brasileira em São Paulo

Adir Sodré

Um dos principais expoentes das artes plásticas mato-grossenses, Adir Sodré, rondonopolitano radicado em Cuiabá, tem sua obra cada vez mais reconhecida Brasil e mundo afora. Prova disso é que um de seus quadros, intitulado Nina Hagen (1985), está exposto no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB – FAAP).

O quadro em questão faz parte da Exposição “Palavras Somam”, e figurará no museu até 15 de dezembro. ‘‘Nina Hagen’ foi pintado na década de 80, período em que Sodré, de acordo com o crítico de arte Roberto Pontual, no livro “Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand”, passa a expressar “uma pintura de prazer safado para não deixar ninguém na comodidade das boas maneiras”.

Adir Sodré (NINA HAGEN)

Nesta mesma época, o mato-grossense revelava sua admiração pelo pintor francês Henri Matisse (1869-1954), e então passou a empregar cores puras e elementos decorativos em obras onde o erotismo tinha cada vez mais destaque. Foi também nos anos 80 que começou a fazer retratos de personalidades, partindo da reprodução fiel da fisionomia, mas fazendo uso do humor.

Este é o caso da obra ‘Nina Hagen’, em que o artista reproduz humoristicamente a figura da cantora alemã que batiza o quadro. É importante destacar também as palavras ao fundo, já que foi este o critério de seleção da mostra “Palavras Somam”.

A cantora Nina Hagen, a título de curiosidade, estourou nos anos 80 e chamava atenção principalmente por suas atuações e por suas experimentações vocais, além de fazer participações em alguns filmes.

Adir Sodré – Roberta Close

Exposição ‘Palavras que Somam’

Sob curadoria de Laura Suzana Rodríguez, a mostra reúne cerca de 80 obras do acervo do museu, além de outras nove de artistas convidados. Retrata um amplo período da história da arte brasileira, desde a década de 1940 até os dias atuais e traz à tona a presença e a potência da palavra nas artes visuais.

Símbolos fálicos são recorrentes na obra de Sodré

Os textos que compõem as obras são de diversas ordens: citações bíblicas, nomes de lugares, afirmações, imperativos, pedidos de socorro, uma denúncia, trechos de alguma história ou de uma poesia.

O conjunto abrange pinturas das décadas de 1940 a 1980, em que a palavra faz parte da composição, um núcleo de arte postal das décadas de 1970 e 1980 de artistas atuantes durante a ditadura e outras mais recentes, puramente textuais ou que expõem o processo do artista em que a linguagem ganha destaque, além de obras tridimensionais, desenhos, gravuras e vídeos.

Estarão presentes mais de 40 artistas do acervo, entre eles Alex Flemming, Antonio Henrique Amaral, Claudio Tozzi, Jac Leirner, Leon Ferrari, Odilla Mestriner, Pedro Escosteguy, Regina Silveira e Wesley Duke Lee e artistas contemporâneos convidados como Ana Mazzei, Beth Moysés, Marcela Tiboni, Panmela Castro, Pedro Guedes e Tec.

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