Os coletivos ‘Coma a Fronteira’ e ‘Spectrolab’, em parceria com o ‘Centro Audiovisual Luiz Marchetti – CALM’, apresentam a estreia do espetáculo ‘Coió’ neste final de semana (26 e 27 de julho), às 20h30, no CALM. Os ingressos são gratuitos e limitados e podem ser retirados, a partir desta terça-feira (23.07), no bar Metade Cheio. Este é o único projeto mato-grossense contemplado pelo Edital de Patrocínio do Banco da Amazônia.
“Construir Coió me reconstruiu”, revela Caio Ribeiro, que divide a direção com Douglas Peron e Luiz Marchetti. Douglas e Caio também protagonizam a encenação, na qual interagem com os relatos pessoais (gravados em vídeo e projetados em telão) das próprias mães, Rose e Avelina, que foram vítimas de violências relacionadas ao âmbito doméstico.
“O processo nos revelou, a mim e minha mãe, inúmeras imagens e turbilhões de memórias afetivas, materiais e energéticas que trouxeram uma calma até então inquieta”, descreve Douglas. Sensação semelhante, assim como as próprias histórias de vida que se entrelaçam, é transmitida pelas palavras de Caio: “Foi essencial pra reorganização das minhas memórias e a tensão que elas carregavam. […] Coió me tornou mais próximo de mim”, reflete.
Concebido sob uma perspectiva poética-documental, a obra reflete sobre como os desdobramentos destas vivências familiares incidem na constituição das personalidades de Douglas e Caio, assim como na maneira de ambos lidarem com questões internas e externas.
‘Coió’, vocábulo do Pajubá, dialeto da linguagem popular LGBTI+, significa bater, xingar, dar uma surra… “Levar um coió”, portanto, se refere a ser agredido. As possibilidades de leitura contidas nesta pequena palavra, quase uma onomatopeia, permeiam toda a narrativa, que, por sua vez, tem como eixo central as histórias vivenciadas pelas mães e rememoradas pelos filhos que as presenciaram.
CONCEPÇÃO
A apresentação é composta por elementos audiovisuais (relatos em vídeo); cênicos (presença dos atores, iluminação…); e de cinema expandido (inserções em vídeo de detalhes da apresentação enquanto ela acontece).
O cinema expandido e a iluminação, sob regência de Marchetti e Priscila Freitas, respectivamente, potencializam a experiência do público ao evidenciar, através de imagens replicadas no telão e de focos de luz, minuciosos detalhes cênicos (gestos, movimentos, expressões, formas animadas…).
Além disso, simultaneamente, acontece uma espécie de montagem e edição ao vivo, orquestrada por Marcelo Almeida, que seleciona trechos (relatos documentais das mães ou detalhes cênicos via cinema expandido) que serão exibidos no telão em sintonia com a progressão narrativa do espetáculo.
ESTREIA DO CINEMA DE MT
E durante os dois dias de apresentação também será exibido a estreia do filme ‘Drag Nostra’, de Paulo Victor Vidotti. As sessões, ambas às 20h30, antecedem ‘Coió’. O curta, estrelado pela mais famosa diva pop mato-grossense, Sara Mitch, acompanha a trajetória de um grupo de drags mafiosas que planejam assaltar um banco.
SERVIÇO:
Atrações: 20h30 – DragNostra / 21h – Coió
Datas: 26 e 27 de julho
Horário: 20h30 às 22h
Local: CALM – R. Zulmira Canavarros, 285 –
Centro Norte
Entrada: Gratuita (Retirar no Metade Cheio a
partir de 23.07)
Classificação Indicativa: 14 anos
Páginas online: www.spectrolab.art.br
FICHA TÉCNICA DE COIÓ:
Concepção: Caio Ribeiro, Douglas Peron e Luiz MarchettiDireção Geral e audiovisual: Luiz MarchettiDramaturgia: Caio RibeiroFormas Animadas e Cenografia: Douglas PeronIluminação: Priscila FreitasEdição de vídeo e ao vivo: Marcelo Sant’anaAssistente de vídeo: Jéssica RibeiroCaptação de Imagem: Jorge QueirozDesenho de som: João Pedro RegisFotografia e design gráfico: Fred GustavosAssessoria de imprensa: Túlio PaniagoProdução: Douglas Peron, Caio Ribeiro e Millena Machado.
Com Assessoria
