Cuiabá MT, 03/11/2024

Filme sobre pedofilia na igreja católica abre festival de cinema francês no Sesc

O Varilux, maior festival de cinema francês fora da França, engloba mais de 80 cidades brasileiras. Cuiabá é um destes municípios e, entre os dias 6 e 19 de junho, o Sesc Arsenal irá exibir 16 longas-metragens inéditos no Brasil, além do clássico “Cyrano de Bergerac (1990)”, estrelado por Gérard Depardieu. A entrada é gratuita em todas as sessões.

Para começar, às 20h desta quinta-feira (06.06), a programação deste ano já chega metendo o pé na porta com o polêmico e premiado “Graças a Deus” (Grâce à Dieu), de François Ozon, vencedor do Urso de Prata (Prêmio do Júri), considerada a segunda mais importante premiação, no Festival de Berlim deste ano.

A trama é baseada na história real de três homens abusados pelo mesmo padre durante a infância

Na França, o filme foi assistido por quase um milhão de espectadores em apenas dois meses em cartaz. O roteiro é baseado na história real de três homens abusados por um mesmo padre na infância. Este fato inclusive culminou na condenação do cardeal Philippe Barbarin. Importante destacar que “Graças a Deus” estreou em fevereiro de 2019 nos cinemas frances, apenas alguns dias antes do julgamento do Cardeal e suscitou muitos debates.

A trama é baseada na história real de três homens abusados pelo mesmo padre durante a infância

“Minha ideia foi criar uma história de utilidade pública com uma narrativa em três atos, cada um dedicada a um dos personagens centrais, sem esquecer a força das mulheres deles e de suas famílias”, explicou Ozon, 51, à época do lançamento no Festival de Berlim.

Com duração de 137 minutos e classificação indicativa de 14 anos, este já é considerado pela crítica a obra-prima do já prestigiado Ozon, que, dentre outros trabalhos, ostenta em seu currículo os elogiados “8 mulheres” (2002) e “Dentro da casa” (2012).

Na trama, Alexandre (Melvil Poupaud), pai de família, descobre que o padre que abusou dele enquanto era escoteiro ainda prega junto às crianças. Então inicia um combate ao qual se juntam, rapidamente, François (Denis Ménochet) e Emmanuel (Swann Arlaud), outras duas vítimas do padre. Os três, além de tornarem público o que vivenciaram, também criam um grupo de apoio para aumentar a pressão na justiça por providências, porém enfrentam o poder da cúpula da igreja católica.

“Por meio de um fato da atualidade, François Ozon faz, ao mesmo tempo, um grande filme político, incitando a grandes questionamentos da sociedade e um retrato muito justo de homens frágeis, mas nunca fracos”, analisa o crítico frânces Pierre Charpilloz.

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